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 Oralidade* e a Bíblia

 

Num mundo onde a esmagadora maioria depende da comunicação oral – ou a prefere, é vital que aprendamos a nos comunicar oralmente. Comunicadores orais fazem uso de histórias como uma das principais formas de lembrar-se de fatos importantes, entender o mundo a sua volta, passar a cultura para a geração seguinte, impactar o coração ao invés de apenas informar a mente e transformar cosmovisões.


É incrível que temos a Bíblia que, apesar de ser uma obra literária, se comunica como os comunicadores orais – e justamente por isso tem um impacto tão grande. Veja alguns dados impressionantes sobre a Bíblia:
• Contém de 550 a 1000 histórias (dependendo de como você as divide ou subdivide);
75% do seu conteúdo são narrativas, 15% poesia e 10% expositivo;
Jesus ensinava tudo com parábolas – histórias com um ensino central, que fazem uso de comparações (Mateus 13:34; Marcos 4:33, 34).

 

 

Oralidade e Cosmovisão

 

Toda cultura tem sua própria cosmovisão – os filtros, muitas vezes inconscientes, através dos quais se vê o mundo.  Esta cosmovisão – ou as diversas cosmovisões de cada cultura – estão contidas nas suas principais histórias. Estas histórias tentam responder:

      - Quem sou?

      - Onde estou?

      - Que aconteceu de errado?
      - Como concertar?

Quem está contando as histórias (ou estórias) da nossa cultura atualmente? De modo mais massificado, parece me que seria Hollywood e a TV Globo. E quê valores estão passando? A que cosmovisão demonstram aderir? 

A melhor forma de combater cosmovisões falhas, incompletas ou até mesmo antagônicas ao Evangelho, é contar outra história. Missionários também estão descobrindo que são a melhor forma de proteger a integridade das Escrituras contra o sincretismo.

 

Histórias são a linguagem do coração. Elas não comunicam tanto ao intelecto como às emoções. Alguém já disse que “histórias são janelas para a alma, através dos quais a luz de Cristo pode entrar e iluminar.”

 

O fato é que nós temos as melhores histórias do mundo!

 

Missionários estão descobrindo que se apenas contarem as histórias bíblicas, mulçumanos, que de outra forma passariam de largo o se oporiam veementemente à apresentação do Evangelho, se sentam calmamente e ouvem as histórias com grande interesse. As barreiras caem. Os corações e as mentes se abrem. E, eventualmente, muitos destes se convertem.

 

Todos temos uma história para contar! Ao testemunhar, conte sua história, conte a história de outros que ilustram o que Deus tem feito, peça a pessoa para contar a sua própria história e, ao final, conte a história de Deus.

 

Por que usar Narrativas Bíblicas?

 

Deus está usando este método de comunicação de Suas verdades de modo revolucionário ao redor de todo o mundo. Missionários estão vendo movimentos de plantação de igrejas acelerarem o processo de evangelização de povos ainda não alcançados em diversas partes do mundo. Quase todos estes movimentos estão tendo estes resultados, em grande medida, porque estão usando Narrativas Bíblicas.  Ou seja: a) estão comunicando da forma que o povo está acostumado a aprender e pensar; e b) estão comunicando a mensagem bíblica como ela foi apresentada originalmente: com histórias. A resposta curta à pergunta “por que usar Narrativas Bíblicas?” é: porque funcionam!

 

Mas a outra razão ainda mais convincente.

 

Jesus é o nosso supremo exemplo em tudo. “Nunca homem algum falou assim como este homem” (João 7:46). Ele é o Mestre por excelência!  E como é que Ele ensinava? A própria Bíblia nos responde: “Todas estas coisas falou Jesus às multidões por parábolas, e sem parábolas nada lhes falava” (Mateus 13:34). “E com muitas parábolas tais lhes dirigia a palavra, conforme podiam compreender. E sem parábola não lhes falava; mas em particular explicava tudo a seus discípulos” (Marcos 4:33, 34).
Se Jesus contava histórias, como Seus discípulos não deveríamos imitá-Lo e seguí-Lo também nisto? Não foi à toa que escolheu este método. Ele conhece nossa maneira de ser. Ele sabe como processamos pensamentos e como aprendemos como aplicá-los. E, conhecedor disto, Ele escolheu usar narrativas e comparações concretas (analogias) para expressar as verdades que precisava passar.

 

 * O que é a oralidade?

As culturas que não desenvolveram a escrita passam os seus costumes e saberes de geração em geração pela oralidade. Os provérbios, as preces, as receitas, as fábulas, enfim, tudo é passado e repassado através do tempo, pela oralidade.

 
Henry Sweet, um inglês da época de [Ferdinand] Saussure (chamado o pai da lingüística moderna), dizia que as palavras não são feitas de letras, mas de sons.


Os seres humanos se comunicam de formas diversas, mas nenhuma delas é comparável à linguagem através do som articulado; o próprio pensamento está relacionado, de um modo muito especial, ao som.


A oralidade pode existir sem a escrita, mas nunca a escrita existirá sem a oralidade.


A oralidade é o termo geral debaixo da qual podemos incluir as Narrativas Bíblicas (Cronológicas ou não); estórias diversas, através das quais culturas transmitem seus valores e sua herança; mídia eletrônica (filmes, pequenos vídeos como os da YouTube; rádio, TV, etc.); imagens, desenhos, gravuras, fotos; teatro em suas diversas formas; e muito mais.


A oralidade tem duas grandes divisões:

1. Oralidade Primária – os que se encaixam nesta categoria são pessoas que não sabem ler e escrever e não têm acesso à literatura. Evita-se usar o termo “analfabeto” por sua conotação pejorativa e sua ênfase naquilo que tais pessoas não possuem. Ao contrário, “oralidade primária” enfatiza o positivo, aquilo que elas têm: uma habilidade de se comunicar oral ou verbalmente.


2. Oralidade Secundária – estes sabem ler e escrever (pelo menos um mínimo necessário) e têm acesso a literatura, mas escolhem não aprender ou receber sua informação por esse meio. Sua forma preferida de receber e passar informação é a forma oral (áudio-visual), não a literária.

 

Extraído de um documento sobre “Oralidade no Ensino”, da Internet,
produzido pela FALE / UFMG, Belo Horizonte, 2004

 

 

 

 

 

 

 

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