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O Bom Samaritano
Lucas 10: 25-37


Introdução e contexto:

 

Esta é uma das parábolas que mais me deixa “in-comodado” (confronta e questiona o meu comodismo). Porque não há como escapar da prática do bem. “Falar é fácil, fazer é que são elas,” diz o ditado brasileiro.
No início deste mesmo capítulo de Lucas 10 Jesus havia mandado 70 discípulos adiante d’Ele para pregarem e curarem em vários vilarejos por onde Ele passaria a seguir. Quando voltaram estavam muito animados com os resultados, especialmente com o fato de que até os demônios lhes obedeciam. Mas Jesus lhes diz o seguinte: “não vos alegreis porque se vos submetem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos
nos céus.” E então orou, cheio do júbilo do Espírito Santo: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos; sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (10:20-22).
Na história a seguir, vemos uma pessoa que deveria ser um especialista na lei de Moisés perguntar a Jesus como ser salvo, apesar de aparentemente fazer esta pergunta apenas para testar o conhecimento de Jesus. Veja o paralelo: Jesus diz aos Seus discípulos que eles estão salvos – que seus nomes estão escritos no céu. E deixa claro que o como ser salvo foi ocultado dos “entendidos” mas revelado aos “pequeninos.” E ainda, que a única maneira de conhecer o Pai é através do Filho. Pouco depois de dizer isto aparece o tal “especialista” e exemplifica
o que Jesus tinha acabado de dizer.
De acordo com a pergunta do especialista da lei, um escriba, vemos que ele supõe que a vida eterna é adquerida através de algo que temos que realizar de nossa parte. Jesus devolve a pergunta e encoraja a reflexão.
Para melhor entender a parábola, é importante entender que a estrada ondulante que descia de Jerusalém, que ficava no alto, até Jericó, que ficava na planície do rio Jordão, tinha fama de ser muito perigosa, porque verdadeiras
“gangues” de ladrões se escondiam atrás das rochas e montes através do percurso. E é essencial recordar que os judeus não gostavam dos samaritanos, chegando a considerá-los seus inimigos. E como inimigos, os escribas e fariseus achavam que eles – assim como pecadores e gentios em geral – não eram considerados seus “próximos,” a quem deviam fazer o bem. Os sacerdotes eram descendentes de Aarão, que era descendente de Levi. Eles ofereciam os sacrificios, acendiam os candelabros, trocavam os pães e queimavam o incenso no templo
em Jerusalém. Os levitas eram descendentes de Levi mas não de Aarão, por isso não podiam ser sacerdotes. Eles assistiam os sacerdotes no templo.

A história:

Um certo especialista da lei se levantou e decidiu testar Jesus. Ele disse: “Professor, o que tenho que fazer para herdar a vida eterna?” Jesus lhe devolveu a pergunta: “o que está escrito na lei? Como você entende o que lê na lei?” – O especialista na lei respondeu: “ame ao Senhor seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento – e ao seu próximo como a si mesmo.”
Jesus disse: “boa resposta; faça isso e você viverá.” Mas o especialista queria se justificar e então perguntou a Jesus: “E quem é o meu próximo?” Jesus continuou:
“Um judeu ia descendo de Jerusalém a Jericó quando foi atacado por ladrões que roubaram suas roupas e posses,
o espancaram e fugiram, deixando-o por morto.
Um sacerdote desceu pelo mesmo caminho, o viu e passou longe – do outro lado da estrada.
Da mesma forma passou um levita, o viu e também passou longe.
Mas um samaritano que estava viajando chegou perto do homem e vendo-o ficou profundamente tocado. Aproximou-
se dele e passou azeite e vinho e fez um curativo sobre suas feridas. Daí o colocou sobre seu jumento e foi caminhando ao lado dele até chegarem numa hospedaria, onde cuidou dele durante a noite. No dia seguinte deixou uma quantia no valor de dois dias de trabalho com o dono da hospedaria e disse: ‘cuide dele e se acabar gastando mais do que isso eu te pagarei quando voltar.’”
– “Agora, qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu na mão dos ladrões?” O especialista da lei respondeu: “aquele que teve misericórdia do homem. Jesus lhe disse: “vai e aja da mesma forma.”


Perguntas para reflexão e aplicação:

1) Que técnica Jesus usa na parábola para confrontar o preconceito e mostrar até onde deve ir o nosso amor pelo nosso “próximo” ou “semelhante”? [R.: Jesus disse: amai os vossos inimigos...”]
Jesus disse: “Foi-vos dito: ‘Ama os teus amigos. Despreza os teus inimigos.’ Eu, porém, digo: Amem os vossos inimigos. Bendigam os que vos maldizem. Façam o bem aos que vos odeiam. Orem por quem vos persegue! Assim procederão como verdadeiros filhos do vosso Pai que está no céu. Porque ele faz brilhar o Sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e manda a chuva cair tanto sobre justos como injustos” (Mateus 5:43-45).


2) Em que direção estava indo o sacerdote? Por que isso é significativo? [R.: De Jerusalém para Jericó. Isto é importante porque significa que não estava indo em direção ao Templo, a serviço, e que portanto teria tempo de parar e socorrer o homem – um judeu como ele].


3) O que a boa ação, o resgate, do samaritano exigiu dele? O que ou quanto lhe custou socorrer o necessitado? (Em termos de tempo, esforço, recursos que tinha consigo e possíveis futuros recursos). [R.: Sacrificou seu tempo, transporte, dinheiro. Arriscou ficar mais vulnerável aos ladrões na estrada porque teria de seguir mais devagar. O mais importante é exigiu sua empatia, sua compaixão e seu amor].


4) Qual foi a atitude demonstrada por cada personagem na parábola?
[R.: Indiferença, frieza, preguiça, egoísmo. Alguém já explicou desta forma:
Ladrões: “O que é seu é meu, vou tomá-lo.”
Sacerdote e Levita: “O que é meu é meu, vou retê-lo.”
Samaritano: “O que é meu é seu, vou compartilhá-lo.”]


5) O especialista na lei perguntou “quem é o meu próximo?” Mas Jesus perguntou para ele, depois de ter contado
a parábola: “Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu na mão dos ladrões?” Qual a diferença entre uma pergunta e outra? [R.: O especialista concentrou no objeto do socorro – o homem caído à beira da estrada – e Jesus concentrou no sujeito da boa ação – o samaritano. Com isto mostrou que a pergunta que devemos fazer não é “onde está o meu próximo?” mas “como posso ser um próximo?” sempre que vemos alguém necessitado.

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